quinta-feira, 21 de março de 2013

Mapa

Póvoa de Varzim

Freguesias

Beiriz


Beiriz teria tido uma necrópole na época Romana, tendo sido encontrados um cipo votivo ao deus Marte e um padestal a Cornelius.
Beiriz tem origem numa villa medieval denominada Villa Viarizi, conforme um documento de 1044.
Note-se contudo que Varzim era, desde a fundação do condado portucalense, um vasto terrório feudal com autonomia administrativa e militar, uma honra de cavaleiros, abarcando todo o território desde a costa aos montes de Laundos e Terroso.
Até 1836 era uma paróquia no termo de Barcelos, entre 1836 e 1853 foi anexada, como freguesia civil, ao concelho de Vila do Conde, passando nessa data para o concelho da Póvoa de Varzim

Beiriz é uma povoação periurbana, que se faz notar pelas suas quintas, nomeadamente a Quinta da Tapada, a Quinta de Beiriz e outras.
Os 17 lugares de Beiriz são Arroteia, Beiriz de Baixo,Calves, Cutéres, Fonte Nova, Fraião, Giesteira, Igreja, Mau Verde, Outeiro, Paredes, Pedreira, Penela, Penouces, Quintã, Silvas e Xisto.
A povoação é dominada por casas unifamiliares com um ou dois pisos, desde casario tradicional e casarões a casas unifamiliares de feição suburbana nos lugares próximos à cidade.
Junto à igreja paroquial, a Quinta da Tapada, densamente florestada, domina a parte central da povoação, envolvida por lugares compactos onde vive metade da população, afastada da cidade, em que se destacam Pedreira, Cutéres, Quinta e Igreja.
Já os lugares de Paredes, Mau Verde e Penela demonstram carácter periurbano, afectados pela proximidade da cidade. Os lugares da Giesteira, Penouces e Arroteia foram incluídos na cidade da Póvoa de Varzim, constituindo a parte da cidade denominada Giesteira.


Argivai


Argivai foi também uma antiga freguesia, pois teve esse estatuto entre 1836 e 2013.
A localidade faz parte da cidade da Póvoa de Varzim, e está dividida em duas partes: Argivai e Gândara.
Paróquia-mãe da Póvoa até ao século XV, a Argivai estão associadas devoções religiosas poveiras (e, por inerência, das Caxinas e Poça da Barca), como o Senhor dos Milagres, Nossa Senhora do Bom Sucesso e o Dia do Anjo.[

O nome da povoação é de origem germânica e provem de Argivadi; no entanto é popularmente conhecida na Póvoa de Varzim como Anjo. A esta povoação está associado o Dia do Anjo, quando a população da Póvoa de Varzim se reunia nas bouças de Argivai para um piquenique familiar, visto que parte da população tinha ali origem.


Aqueduto de Santa Clara em Argivai.
Em 1220, o Rei D. Afonso II tinha em Argivai 22 casais rústicos e um amo do rei, possivelmente um aio de D. Sancho I, filho deste e de D. Maria Pais Ribeira, senhora de Vila do Conde e amante de D. Sancho I, conhecida como Ribeirinha. Em Quintela, havia um bom casal reguengo, que tinha passaro possivelmente um de "paço" no tempo de D. Sancho. Em Quintela, é recente o topónimo do Campo do Paço, casa com privilégios de Couto ou honra. Segundo o Tombo da Casa de Bragança, à casa estavam ligados os Condes de Barcelos e os descendentes de D. Maria Pais.[2]
Outrora a paróquia de Argivai abarcava todo o território de Varzim. Note-se contudo que Varzim era, desde a fundação do condado portucalense, um vasto terrório feudal com autonomia administrativa e militar, uma honra de cavaleiros, abarcando todo o território desde a costa aos montes de Laundos e Terroso. Nas inquirições de 1220, diz-se que no Reguengo de Varzim, que era pousa do mordomo do Rei, havia 20 casais, que davam ao rei, quando aí vinha, 6 dinheiros por pensão.[2]
Em 1626, a abadessa do mosteiro de Santa Clara em Vila do Conde, D. Maria de Meneses, deu início à construção de um aqueduto que transportaria as águas de uma nascente em Terroso até ao mosteiro. O aqueduto rapidamente se tornou na principal marca paisagística e arquitectónica da freguesia.
Com a autonomia política da Póvoa de Varzim e a permanência da paróquia de Argivai nos domínios de Barcelos, o seu território foi objecto de contenda entre os dois concelhos. Vindo a paróquia de Argivai a perder, novamente, território em 1707, anexado à Póvoa de Varzim. Em 1836, a freguesia hoje é anexada ao concelho da Póvoa de Varzim. No ano de 1842, a freguesia de Argivai chega mesmo a desaparecer, sendo anexada à freguesia da Póvoa de Varzim.[2] Já pouco antes da nova reforma de 1853, a freguesia já se encontrava recuperada.
Apenas em 2006 com o novo plano de urbanização, a povoação passa a integrar a cidade de forma plena e conhece uma significativa expansão populacional e a instalação de equipamentos comuns para as cidades da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, nomeadamente o pólo da Escola Superior de Estudos Industriais e Gestão, o futuro Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde e o Centro Empresarial Agros.
A povoação é dividida em doze lugares: Aguieira, Bom Sucesso, Calves, Casal do Monte, Cassapos, Gândara, Igreja, Fiéis de Deus, Oliveira, Padrão, Pedreira e Quintela. O INE considera lugares apenas Bom Sucesso, Calves, Casal do Monte, Gândara, Padrão e Pedreira.

Aver-o-Mar


A Ver-o-Mar era uma antiga aldeia piscatória e agrícola a norte da Póvoa de Varzim, Abonemar é o mais antigo topónimo de A ver-o-Mar e data de 1099. O povoamento do lugar deveu-se ao cavaleiro medieval D. Lourenço Fernandes da Cunha e seus sucessores por ter dois paços de filhos e netos em Varzim dos Cavaleiros. Note-se que Varzim era, desde a fundação do condado portucalense, um vasto terrório feudal com autonomia administrativa e militar, uma honra de cavaleiros, abarcando todo o território desde a costa aos montes de Laundos e Terroso.
À volta de 1656, foi anexada à Póvoa de Varzim, por provisão régia, devido a uma população crescente constituída por pescadores-lavradores. Em termos religiosos pertencia à paróquia de Amorim, constituiu freguesia própria em 10 de Agosto de 1922, separando-se de Amorim, algo que era ambicionado pelo lugar desde os finais do século XIX.[1] Os núcleos rurais e piscatórios de Aver-o-Mar já eram significativos durante todo o século XX.
Nas últimas décadas do século XX, com o crescimento urbano do Bairro Norte da Póvoa de Varzim, a povoação começou por ser urbanizada como sequência natural dessa parte da cidade, ganhando carácter balnear ou suburbano. Grande parte da sua população de quase 10 mil habitantes está integrada na malha urbana da Póvoa de Varzim,[1] o que levou a que a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim ao esboçar o Plano de Urbanização que delimitava as novas fronteiras da cidade, passasse a incluir também esta antiga freguesia como urbana. Foi elevada a vila em 1 de Julho de 2003, posteriormente o seu território foi incluído na cidade da Póvoa de Varzim, desde o censo de 2001 e oficializado em Janeiro de 2006 com a aprovação do Plano de Urbanização pelo governo nacional.
Em 2013, no ambito de uma reforma administrativa nacional, perde o estatuto de freguesia autónoma e é agregada às freguesias de Amorim e Terroso, passando a fazer parte da União das Freguesias de Aver-o-Mar, Amorim e Terroso.


Praia da Fragosa na Enseada de Aver-o-Mar.
O Cabo de Santo André localiza-se no norte da vila. A zona norte da vila mantém feição rural, enquanto a zona sul encontra-se amplamente urbanizada e verticalizada. Distingue-se o Agro-Velho, uma área balnear, cuja maioria do edificado é usado como segunda casa de carácter balnear. Por outro lado, o Quião ou Santo André é uma área com carácter bastante próprio de identidade piscatória e alinha-se pela costa norte da vila, ligado aos bairros piscatórios da Póvoa de Varzim. A área entre a Avenida Nossa Senhora das Neves e a Estrada Nacional 13 possuiu o antigo núcleo rural de Aver-o-Mar, com vários exemplares de casario rural do século XIX, protegidos pelo Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim.
A vila é tradicionalmente dividida em dezoito lugares, hoje bairros urbanos, são eles Agro-Velho, Aldeia Nova, Boucinha, Caramuja, Fontes Novas, Fragosa, Mourincheira, Paço, Paranho, Paranho de Areia, Palmeiro, Perlinha, Finisterra, Paralheira, Refojos, Sencadas, Santo André e Sesins. O INE considerava apenas 16 no censo de 2001.
Na vila estão localizadas três das onze partes da cidade da Póvoa de Varzim: A Ver-o-Mar (bairro), a parte Norte do Agro-Velho e a parte poente do Parque da Cidade.

Aguçadoura



Aguçadoura é uma vila portuguesa da freguesia de Aguçadoura e Navais, concelho da Póvoa de Varzim.
Aguçadoura é também uma antiga freguesia, pois teve esse estatuto entre 1933 e 2013.
A primeira referência histórica a esta povoação aparece na Inquirição de 1258, <<...in Petra Aguzadoira que est in termino de Nabaes>>. Pelas mesmas Inquirições sabe-se que Dona Ouroana Pais Correia estabeleceu aí três casais.
A instalação dos primeiros habitantes foi bastante difícil, pois Aguçadoura encontra-se praticamente assente em dunas e a contínua agressão das areias movidas pelo vento impedia a fixação das populações.
Fazia então parte da paróquia de Navais. Com a criação das freguesias cívis em 1836, Aguçadoura passa a ser um dos lugares da freguesia de Navais.
Até 1836 Navais (que incluia Aguçadoura) pertenceu ao município de Barcelos, passando nesse ano para o município da Póvoa de Varzim.
Só a partir do século XVIII a que a povoação tomou alguma importância, pois em 1730 já contava com cerca de 25 famílias e em meados do século XIX a população era já superior ao resto da freguesia de Navais da qual Aguçadoura fazia parte.
No começo de século XX o ambiente entre os habitantes do lugar de Aguçadoura e as autoridades civis e religiosas de Navais deteriorou-se devido aos desejos dos Aguçadourenses em formarem uma freguesia à parte.
Assim em 1933, o governo decreta a elevação de Aguçadoura à categoria de freguesia, separando-a de Navais à qual sempre havia pertencido.[1] [2]
Em 2011 foi deliberado por unanimidade da Assembleia da República a elevação de Aguçadoura ao estatuto de vila.[3]
Em 2013, no ambito de uma reforma administrativa nacional, Aguçadoura perde o estatuto de freguesia autónoma e é agregada à freguesia de Navais, passando ambas a formar a União das Freguesias de Aguçadoura e Navais.
O seu nome deriva de petra aguzadoira (pedra de aguçar ferramentas agrícolas).

Situa-se junto à costa, 6 km a norte da cidade da Póvoa de Varzim.
A vila é constituida por sete lugares: Aldeia, Areosa, Caturela,Codicheira, Fieiro, Granjeiro e Santo André


Amorim



Amorim foi também uma antiga freguesia, pois teve esse estatuto entre 1836 e 2013.
Amorim é popular na Póvoa de Varzim devido ao seu pão, caracteristicamente consumido a altas temperaturas, logo após ser cozinhado - a Broa de Amorim
O nome da Paróquia de Santiago de Amorim aparece pela primeira vez em 1033. No entanto, como todo a região, a área é habitada desde épocas pré-históricas, como evidenciam os topónimos Leira da Antas (entre Terroso e Amorim) e Montinho (Amorim de Cima) que terão origem na existência de mamoas ou antas pré-históricas.
A paróquia de Amorim estava no termo de Barcelos. Aquando das reformas liberais em 1836, a freguesia já com cunho civil é anexada ao concelho de Vila do Conde, o que será considerado um lapso das reformas, visto que separava a sede da Póvoa de Varzim do resto do concelho. Assim, a freguesia é transferida para a Póvoa de Varzim em 1853, trocando por outras que vão para o concelho de Vila do Conde.
Em 2013, no ambito de uma reforma administrativa nacional, perde o estatuto de freguesia autónoma e é agregada às freguesias de Aver-o-Mar e Terroso, passando a fazer parte da União das Freguesias de Aver-o-Mar, Amorim e Terroso.

[editar] Topónimo

Amorim deriva do Latim, e significa local de namoro/namorados. Os sobrenomes/apelidos portugueses "Amorim" e "Morim" têm origem nesta freguesia antiga, e estão entre os nomes mais comuns na cidade, mas em especial nesta freguesia.
A freguesia é constituída por 14 lugares: Agra, Aldeia, Amorim de Cima, Cadilhe, Cardosas, Estrada Nova, Fontainhas, Mandim, Mourilhe, Pedroso, Sencadas, Sistelos, Travassos e Torrinha.
Devido à abertura da Estrada Nacional N.º 205, a centralidade da povoação convergiu para essa artéria em especial as zonas perto da cidade da Póvoa de Varzim


Balasar


Balasar (por vezes, também se verifica a grafia Balazar) é uma freguesia portuguesa do concelho da Póvoa de Varzim, com 11,61 km²[1] de área e 2 543 habitantes[2] (2011).
Em tempos longínquos, Balasar foi uma vila luso-romana, pertencente à cividade de Bagunte. O próprio nome de «Balazar» é uma corruptela de «Belisári», cuja forma antiga, provada em alguns documentos, era «Belsar».
Na Vila do Casal, segundo as Inquirições, Pêro Pais Correia, pai do conquistador Paio Peres Correia, protagonizou um amádigo.
Até 1836, era uma paróquia dependente de Barcelos, tendo então transitado para o concelho de Póvoa de Varzim: em 1853, foi transferida para Vila Nova de Famalicão, mas, em 1855, regressou ao concelho da Póvoa.
Antigamente a área que corresponde à atual freguesia de Balasar era bem diferente do que hoje se vê, desde o nome até forma como está dividida. Ainda Portugal não tinha sido formado, e já no ano de 1090 os primeiros registos associados à freguesia de Balasar tinham sido mencionados pelo Censual do Bispo D. Pedro.
Na altura, na área da atual freguesia existiam duas paróquias que eram Santa Eulalia de Lousadelo e S. Salvador de Gresufes, e como o nome indica as igrejas paroquiais situavam-se nos atuais lugares de Lousadelo e Gresufes. Em 1215, a sede da paróquia de Santa Eulalia deixou de ser em Lousadelo, e passou a ser no Casal, pois era este o lugar de maior população, era onde se situava a fonte de S. Pedro, uma fonte “milagrosa” alvo de muitas romarias, e também porque existia um caminho que atravessava ali o rio e que depois seguia para o Telo e Gestrins.
Foi também nesta altura que se mudou o nome da paróquia, de Lousadelo para “Belsar”, que talvez tenha sido uma forma a acabar com polémicas de qual o nome que haveria de ser dado à nova paróquia, e se tenha decidido não incluir os nomes de nenhum dos lugares e atribuir um novo nome. Nas Inquirições Gerais de D. Afonso II de 1220, surge já referenciada como «Sancta Eolália de Belsar».
Em 1422 D. Fernando Guerra decidiu anexar a paróquia de Gresufes à de Balasar devido a dificuldades económicas, que por motivos de baixa demografia, o dinheiro que a população pagava não chegava para as despesas das duas paróquias. Esta baixa demografia foi originada entre outros fatores pela peste negra, que no seculo XIV dizimou grande parte da população da Europa. A independência eclesiástica de Gresufes acabou definitivamente em 1430 com o falecimento do seu último pároco.
Como é claro os gresufenses não devem ter aceitado pacificamente esta anexação, e essa deve ter sido a razão para se ter construído a Igreja no lugar do Matinho (no atual cemitério), que ficava a meio caminho para os habitantes do Casal e de Gresufes. Para os habitantes a norte do rio teve-se de construir uma ponte nova no lugar da atual ponte de D. Benta, pois a travessia do rio fazia-se pela ponte do Curucânio, atual ponte da Traquinada entre os lugares do Telo e Casal.
Esta igreja do matinho foi sofrendo várias remodelações ao longo dos anos, e no início do seculo XX, altura que já se encontrava bastante degradada, decidiu-se demoli-la, e reconstrui-la desta vez no lugar da Cruz, devido à proximidade com a Santa Cruz ali aparecida em 1832, e aí permanece até à actualidade.
A freguesia é bastante movimentada e conhecida em todo o país devido a Alexandrina Maria da Costa, falecida em 1955, a qual ganhou logo fama de santa, e que foi beatificada pelo Papa João Paulo II.
A chamada Quinta de D. Benta foi outrora solar dos Grão-Magriços.

Balasar é a freguesia mais distante da sede do concelho (14 km), a mais interior e a mais acidentada.
Situada no extremo leste do concelho, dista 14 km do centro da Póvoa de Varzim; é atravessada pelo rio Este. Faz fronteira com Rates a noroeste e com os concelhos de Vila Nova de Famalicão a este , Barcelos a norte e Vila do Conde a sudoeste.
A freguesia está dividida em 23 lugares: Agrelos, Além, Bouça Velha, Calvário, Caminho Largo, Casal, Covilhã, Cruz, Escariz, Fontainhas, Gandra, Gestrins, Gresufes, Guardinhos, Lousadelo, Matinho, Monte Tapado, Outeiro, Quintã, Telo, Terra Ruim, Vela e Vila Pouca. O INE considera apenas 15 lugares povoados.


Estela



Estela é uma freguesia portuguesa do concelho da Póvoa de Varzim, com 11,54 km²[1] de área e 2 316 habitantes[2] (2011).
A carta de "Couto" da freguesia de Estela, e da Vila Mendo data de 1140 concedida por D. Afonso Henriques aos frades Bentos de Tibães. Diz-se que neste documento, D. Afonso Henriques intitula-se pela primeira vez como Rei de Portugal. O nome de Sancta Maria de Stela aparece em 1220.
A Estela situa-se a 7 km a norte do centro da cidade da Póvoa de Varzim. A norte faz fronteira com os concelhos de Esposende e Barcelos; a nascente com a freguesia de Laúndos; a sul com Aguçadoura e Navais; a sudeste com Aver-o-Mar, Amorim e Terroso e é banhada pelo Oceano Atlântico a poente.
A par da cidade, a Estela é uma das zonas mais dinâmicas a nível turístico do concelho da Póvoa de Varzim, e aí localizam-se o campo de golfe, o campo de campismo e unidades hoteleiras.
Outrora dominada pelo pinhal plantado pelos monges do Mosteiro de Tibães, a freguesia possui uma grande densidade de estufas.
Os lugares na freguesia da Estela são: Baldoia, Barros, Carrascos, Carregosa, Contriz, Estrada, Fontainha, Frinjo, Igreja, Outeiro, Pedrinha, Teso, Urzes e o Rio Alto, este último lugar turístico sem população permanente.


Laúndos


Laundos, por vezes aparece a grafia Laúndos, é uma freguesia portuguesa do concelho da Póvoa de Varzim, com 8,53 km²[1] de área e 2 055 habitantes[2] (2011). O seu nome provém de Montis Lanutus
Laundos localiza-se no extremo da Légua da Póvoa a 7,5 km da cidade, tendo como limites as freguesias de Estela a oeste, Aver-o-Mar, Amorim e Terroso a sul, Rates a este e com o concelho de Barcelos a norte.
Os lugares da freguesia são: Águas Férreas, Igreja, Laúndos, Machuqueiras, Outeiro, Pé do Monte, Rapijães, Real, Recreio e Senhora da Saúde.
Encontra-se na freguesia o monte de São Félix (com o Castro de Laundos).
Laundos possui um dos mais importantes parques industriais da Póvoa de Varzim. A freguesia de Laúndos é talvez mais conhecida por se situar no extremo da "légua da Póvoa". Dado que não se sabe ao certo onde começa esta légua e que tamanho tem. A expressão "tamanho da légua da Póvoa" passou a ser uma expressão portuguesa usada para algo com uma medida grande e da qual se duvida.[3]


Navais


Navais é uma localidade portuguesa da freguesia de Aguçadoura e Navais, concelho da Póvoa de Varzim.
Navais é também uma antiga freguesia, pois teve esse estatuto entre 1836 e 2013.
Navais é uma terra antiga, situada numa planície localizada a 6 km a nordeste da cidade da Póvoa de Varzim, achando-se já identificada no século IX como De Nabales; o Outeiro do Castro é habitado desde tempos imemoriais. As terras " De Nabales" aparecem documentadas no censual bracarense do séc. XI. As Inquirições de 1220 e 1258 a mencionam como " Sancti Salvatoris de Nabaes".
Quanto à grafia, só no início do séc. XVI aparece a forma Navais, que conviveu durante este período com a anterior - Nabais. Até 1836 pertenceu ao concelho de Barcelos, passando nessa data para o da Póvoa de Varzim.
Até 1933 a atual vila de Aguçadoura era parte integrante de Navais, sendo feita nesse ano a cisão que levou à criação de Aguçadora.
Em 2013, no ambito de uma reforma administrativa nacional, perde o estatuto de freguesia autónoma e é agregada à freguesia de Aguçadoura, passando a fazer parte da União das Freguesias de Aguçadoura e Navais.
Situa-se a cerca de 6 km a nordeste da cidade da Póvoa de Varzim.
Os lugares da localidade são os seguintes: Agra de Bouças, Burgada, Cabreira, Crasto, Espadelos, Espinhal, Outeiro, Prelades, Navais e Sonhim.


Rates


Rates é uma freguesia portuguesa do concelho da Póvoa de Varzim, com 13,90 km²[1] de área e 2 505[2] habitantes (2011).
Foi restaurado o estatuto de vila em 2 de Julho de 1993, sob o nome de São Pedro de Rates, muito embora a freguesia e a vila sejam conhecidas apenas por Rates.
Era um ponto de passagem de uma via romana, e aí começa um dos trilhos dos caminho de Santiago em Portugal. No livro «As Mais Belas Vilas e Aldeias de Portugal», é descrita como uma das mais formosas povoações portuguesas. É nesta vila que está sediado o Albergue de Peregrinos de São Pedro de Rates, o primeiro albergue de peregrinos do Caminho Português de Santiago a abrir em Portugal.
São Pedro de Rates é uma vila histórica com cerca de 2500 habitantes. O topónimo e a localidade de Rates (do termo Ratis) parece ser anterior à romanização.
Rates desenvolveu-se graças ao mosteiro fundado pelo Conde D. Henrique em 1100. É uma paróquia antiga referida no século XI com o título "De Sancto Petro de Ratis".
No início do século XVI, o mosteiro desorganizou-se o que levou a que em 1517 tenha sido extinto e transformado em Comenda da Ordem de Cristo. O primeiro titular da Comenda foi Tomé de Sousa, natural desta terra e primeiro governador-geral do Brasil, a ele se segue uma longa lista de comendadores e comendadeiras. Não se conhece foral velho, mas era já concelho no século XIII. Em 1517, o rei D. Manuel I renova o foral ao Couto da Vila e ao Mosteiro.
Com as reformas liberais, o concelho é extinto em 1836 e passa a integrar o concelho da Póvoa de Varzim. Era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 709 habitantes. Em lembrança desse passado municipal, ainda hoje subsiste a Casa dos Paços do Concelho (1755) e o Pelourinho (século XVI).
Em 1993, é restaurado o estatuto de vila, sob o nome de São Pedro de Rates, essencialmente por motivos históricos.
Rates situa-se a 11 km do centro da Póvoa de Varzim, faz fronteira com Laúndos e Aver-o-Mar, Amorim e Terroso a oeste e com Balasar, a sudeste. A norte/nordeste faz fronteira com o concelho de Barcelos e a sul/sudoeste com o de Vila do Conde.
Rates é a maior freguesia do concelho. Apesar de ser a freguesia mais despovoada, Rates tem merecido atenção por parte da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim sendo uma terra com valor histórico e paisagístico bastante significativo para o concelho e para o desenvolvimento do turismo rural.
Todo a vila está centrada à volta do mosteiro de Rates. Todo o centro histórico está bem conservado, e este prolonga-se pela Rua Direita, onde residiam os fidalgos e os burgueses locais.


Terroso


Terroso é uma localidade portuguesa da freguesia de Aver-o-Mar, Amorim e Terroso, no concelho da Póvoa de Varzim.
Terroso foi também uma antiga freguesia, pois teve esse estatuto entre 1836 e 2013.
A sua área foi habitada desde épocas pré-históricas, como o evidenciam os topónimos Leira da Anta (entre Terroso e Amorim) e Cortinha da Fonte da Mama ou o Castelo de Paranho, de origem medieval, mas de que apenas chegaram à actualidade escassas ruínas.
Conserva-se inviolada a Mamoa de Sejães. Na acrópole do monte da freguesia, persiste ainda a Cividade de Terroso.
Em 2013, no ambito de uma reforma administrativa nacional, perde o estatuto de freguesia autónoma e é agregada às freguesias de Aver-o-Mar e de Amorim, passando a fazer parte da União das Freguesias de Aver-o-Mar, Amorim e Terroso.
Terroso situa-se a cerca de 5 km a nordeste da cidade da Póvoa de Varzim.
Povoação localizada em zona de transição, distinguem-se duas regiões em Terroso, o Monte da Cividade e a Planície Litoral, que por vezes, é ali denominada Planície de São Lourenço. Notam-se as zonas arborizadas, com flora autoctone no Monte da Cividade, e um grande cordão de bouças no Alto das Póvoas, que sofreu uma significativa desflorestação com os fogos florestais de 2006 com a pressão da actividade agrícola, tendo estas áreas desde aí substituídas por campos agrícolas e até mesmo estufas. Em 2007, a Câmara Municipal procedeu à reflorestação de 3300 m² no Lugar do Carregal com meio-milhar de pinheiros-mansos.[1]
Os lugares de Terroso são Boavista, Carregal, Certainha, Ordem, Paranho, Passô, Pé do Monte, Póvoas, Santo António, São Lourenço, São Pedro, São Salvador, Sandim, Sejães e Vilar.



O Concelho da Póvoa de Varzim é constituído por 12 freguesias: Aver-o-Mar, Aguçadoura, Amorim, Argivai, Balasar, Beiriz, Estela, Laúndos, Navais, Póvoa de Varzim, Rates e Terroso; ocupa uma área de 8224 hectares e conta com cerca de 60000 habitantes. Definido no século XIX, está delineado de forma sinuosa e insinuante... como se do mar uns ombros largos projectassem dois braços terra adentro. Esse extenso abraço vai- se estreitando para o interior, até à união das mãos. È uma configuração que lhe traça o próprio fado, confirmando- lhe a inevitável vocação marítima.
O perfil da cidade da Póvoa de Varzim distingue-se sem dificuldade. Quem não a visita há mais de décadas a custo lhe reconhecerá os traços: a Póvoa do tradicional baixo casario mantém-se, mas a zona da beira mar quis ver mais longe e deixou-se seduzir pela construção em altura. Este rápido crescimento urbano não desfigurou o poveiro, altivo e orgulhoso dos pergaminhos milenares da sua terra que, alicerçando-se na pesca, soube crescer e diversificar as actividades económicas. No século XVIII descobriu uma nova forma de rendimento: o turismo, que a par com a pesca e os serviços, com destaque para o comércio, são o sustentáculo económico da cidade de hoje.
A Póvoa a partir da pesca e da agricultura se combinaram três formas básicas de subsistência: o ancoramento ribeirinho, tendo como actividade exclusiva a pesca; a fixação na orla marítima, onde se granjeia no mar e em terra; a sedentarização interior, enraizada em solo firme assim, os condicionalismos geográficos e actividades económicas moldaram diferentes tipos humanos: o pescador poveiro, que vive em estreita ligação com o atlântico e desconhece quase tudo sobre os segredos da terra e da sua produção; o seareiro de Aver-o-Mar e Aguçadoura comprometido na duplicidade terra/mar e, finalmente, o lavrador do interior que tem para com o oceano o respeito circunspecto que lhe merece um quase desconhecido.
Como se vê, o restrito enquadramento geográfico não inibiu nas diversas comunidades o desenvolvimento de certas particularidades. Na indumentária típica reflectem-se essas distinções. A forma de trajar do pescador poveiro destaca-se pela sua originalidade - o traje de branqueta, apresentado pelo Grupo Folclórico Poveiro é somente um dos muitos e interessantes modos de trajar da colmeia piscatória. Confrontando com as duas outras grandes comunidades, há a notar que os povos da zona litoral, não renegando as influências minhotas, recorrem a tecidos mais quentes, como a flanela e a castorina, reflexo das suas ligações ao mar. Nas danças e cantares espelham-se aspectos da vida quotidiana. Talvez por isso os povos da beira mar exibam danças mais vivas, como que condicionados pelo incessante rumor das águas, e elevam pouco os braços, invocando, porventura, o lar das redes; enquanto que o lavrador projecta bem os membros superiores para cima, lembrança, quiçá, das fatigantes mas altivas malhadas.
Apesar de tudo isto o substrato cultural comum cala mais fundo. Salvaguardada a originalidade da comunidade piscatória poveira, os usos e costumes do concelho são fortemente marcados pelas tradições minhotas. O fervor religioso é o mesmo, sendo especial o apego ao culto das almas. Por todo o lado se encontram pequenas construções -Alminhas - invocando Cristo Crucificado ou Nossa Senhora do Carmo, intercessores por excelência das almas do purgatório.


Eis, em termos globais, apresentado o concelho da Póvoa de Varzim, cuja definição administrativa, tal como a conhecemos hoje em dia, data de 1855. A sua história institucional foi atribulada. No princípio do século XVIII, as guerrilhas judiciais com Barcelos, cujo termo entrava Póvoa adentro, foram um grande sorvedouro de recursos autárquicos. A questão arrastou-se desde 1706 até 1717, ano em que foi finalmente resolvida a contento dos poveiros. Mais tarde, aquando da reforma administrativa de 1836, a Póvoa passou de uma só freguesia para 14.





Turismo

Póvoa... Um Mar de Prazeres !
As muitas e boas razões para visitar a Póvoa de Varzim
Um Povo... Uma História...
A princípio era o mar e uma enseada acolhedora que propiciava a pesca. Aqui se foi instalando a comunidade que recebeu de D. Dinis o primeiro foral, em 1308. Mas foi breve a sua glória. Colocada na dependência do mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde, de quem se considerou enteada mal amada, só com o foral de D. Manuel, em 1514, conseguiu a sua alforria. Então assumiu-se, enfeitou-se ... progrediu. Desse embelezamento crescente ficou-nos um legado arquitectónico variado, quer nos materiais, quer nos seus fins utilitários. A nobreza do granito dá estrutura e robustez às habitações, igrejas, palacetes, aquedutos; mas é o pormenor do azulejo, do estuque, da talha dourada, do ferro forjado que lhe transmitem todo o requinte da obra de arte.
Cidade Atântica
Cidade plana e aberta para o Atlântico que lhe tempera o clima; as estações sucedem-se sem oscilações acentuadas de temperaturas. 0 mar é mesmo o personagem central da cidade. Nele o poveiro encontra o sustento, o lazer, a animação e a tranquilidade. A urbe estrutura-se em função da sua presença e junto a ele se concentram as principais estruturas turísticas: vários e bons hotéis, num total de mais de 1500 camas distribuídas por estabelecimentos de 4, 3 e 2 estrelas; uma mão cheia de restaurantes; estruturas desportivas diversas. A praia ampla, de fácil acesso, é servida por uma areia de textura única que a torna perfeita e entrecortada por maciços rochosos que lhe marcam a individualidade. Na maré baixa, eles oferecem um motivo complementar para os calcorrear: a intensa vida marinha que aí decorre.
Animção e Vida
Nesta cidade cosmopolita é velha a tradição de bem receber. A animação é uma constante. As ruas, pensadas à dimensão do homem, são, por si só, um convite para sair de casa.À sua disposição o Casino, onde o jogo se alia à diversão; discotecas e cafés com animada vida nocturna;
o cinema, a música erudita e o bailado, com ponto alto no Festival Internacional de Música; a intensa actividade cultural desenvolvida pela Biblioteca e Museu Municipais; as exposições variadas em vários pontos da cidade;
os parques desportivos que cobrem um grande leque de modalidades, de que se destaca o Campo de Golfe da Estela espraiado à beira mar. A diversão, a cultura, o desporto, entendidos nas suas diferentes facetas e vocacionados para todos os escalões etários, são o testemunho de uma cidade moderna, dinâmica, empreendedora, onde se usufrui de boa qualidade de vida.
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A Páscoa e o Anjo

Por altura da Páscoa realiza-se a Procissão do Enterro do Senhor, na noite da Sexta-Feira Santa; o piquenique no Dia do Anjo na segunda-feira seguinte; e 15 dias depois, no domingo, realiza-se a Procissão da Nossa Senhora do Desterro com os seus tapetes floridos.
O Domingo de Páscoa é altura da bênção das casas pelo «compasso», um grupo de membros da igreja que leva a cruz de Cristo a todas as casas com a porta aberta. Enquanto se espera pelo compasso, diferentes famílias competem na «Péla», o jogo tradicional poveiro.
A Segunda-feira depois da Páscoa (Dia do Anjo) é tida como o «segundo» feriado municipal. Os poveiros trabalham na Sexta-feira Santa (feriado nacional) para terem a Segunda-feira livre para fazerem um piquenique familiar em conjunto com outras famílias nas bouças, em especial, no tradicional lugar do Anjo (Argivai), donde o nome da festa. De forma a respeitar as tradições locais, muitas empresas sedeadas na Póvoa de Varzim estão em funcionamento na Sexta-feira Santa de modo a poderem encerrar na segunda-feira.



Festas

Em 15 de Agosto realiza-se a Festa de Nossa Senhora da Assunção, de grande devoção entre os pescadores poveiros. O ponto mais alto da procissão acontece em frente ao porto de pesca – nessa altura centenas de foguetes são lançados de barcos engalanados.




Penedo de Santo André. Junto ao penedo, foi erguida a Capela de Santo André no século XVI; no entanto, este lugar evidencia a mão do homem desde, pelo menos, a época romana.
Duas romarias dos pescadores são peculiares, dado a ligação com a paisagem do concelho: a da Senhora da Saúde que vai desde a Igreja Matriz até ao sopé do monte de São Félix e a de Santo André em que se vagueia pelas praias até à Capela de Santo André.
O monte de São Félix é um ponto de referência dos pescadores no mar e de culto antigo. No último Domingo de Maio, a Romaria da Senhora da Saúde percorre uma distância de 7 quilómetros entre a Igreja Matriz da Póvoa de Varzim e a Capela da Nossa Senhora da Saúde, no sopé do Monte de São Félix. A maioria das pessoas participantes são pescadores da Póvoa de Varzim e Caxinas (Vila do Conde), que participam pagando promessas.
Junto ao cabo de Santo André, existe uma formação rochosa chamada Penedo do Santo, que tem uma marca que os pescadores acreditam ser uma pegada do próprio Santo André. Os pescadores poveiros acreditam ainda que este santo é o barqueiro das almas e que liberta as almas dos que se afogam no mar, indo pescá-las ao fundo do oceano depois de um naufrágio. A festa de Santo André acontece na madrugada do último dia de Novembro, em que grupos de homens e mulheres, envolvidos em mantos pretos e segurando lampiões, vão até à Capela de Santo André pela praia, entoando cânticos e no final circundam a capela, formando assim o Ponto das almas.

S. Pedro na Póvoa de Varzim

São Pedro

Rusga da Póvoa Composta por dois pares de cada Bairro.
 
O feriado municipal é no dia 29 de Junho (dia de São Pedro, o santo pescador e padroeiro popular da cidade). As festas de São Pedro cessaram com a fatalidade de 1892, mas rm 1962, a Câmara Municipal tentou reavivar a tradição e os anos seguintes revelaram-se um sucesso de tal forma que, em 1974, na altura em que os municípios foram autorizados a ter feriados municipais, declarou-o como tal.
Por esta altura, os bairros e as janelas das casas são ornamentados. E, na noite de 28 para 29 de Junho, a população reúne-se em festa, dançando e comendo sardinhas assadas à luz das fogueiras. Os bairros tradicionais competem entre si nas «rusgas» e na criação dos tronos de São Pedro. Esta celebração é de tal forma importante que rivaliza com a Páscoa e o Natal em termos de importância e é, sem dúvida, o principal evento da cidade.
Os bairros populares que competem nas rusgas são o Bairro de Belém, Bairro da Mariadeira, Bairro da Matriz, Bairro Norte, Bairro de Regufe e o Bairro Sul. Os apoiantes não só se localizam no espaço físico do Bairro, mas espalhados por toda a cidade e zonas envolventes. A grande rivalidade é entre o Sul e o Norte. E, nesses dias, a população comporta-se tal como os apoiantes dos clubes de futebol, e por vezes os mais fanáticos se exaltam na defesa do seu bairro de afeição, mas por norma a competição é salutar, formando uma rusga final conjunta representando a cidade.


Bairro da Matriz


Bairro Sul


Bairro Norte


Bairro da Mariadeira




Bairro Do Belém



Bairro do Regufe



Rusga do Mapadi

terça-feira, 19 de março de 2013

Cego do Maio

José Rodrigues Maio - "O Cego do Maio" [08/10/1817 - 13/11/1884]

José Rodrigues Maio - "O Cego do Maio" [08/10/1817 - 13/11/1884]

[ Para a história da Póvoa ]

[ Condecorações ]

[ Referências bibliográficas ]

[ boletim bio-bibliográfico ]

[ + personalidades ]
Cego do Maio - a lenda viva do pescador poveiro
Por José de Azevedo
Nasci a meia dúzia de passos da casa onde morreu. Conheci e convivi com seus familiares próximos. Tínhamos em comum o fieiro da Lapa, a janela sobre o mar e as estremundes. A minha infância povoou-se de histórias e de lendas sobre José Rodrigues Maio, o heróico pescador poveiro conhecido pelo “Cego do Maio”.
Os pescadores meus vizinhos, nas tardes soalheiras de domingo ou entre dois jogos de cartas à revessa de qualquer embarcação varada, tinham como mote obrigatório de conversa as aventuras do “Tio Maio”, um tronco de homem, forte e “largo de ossos”, tão rude como humilde, tão áspero como dócil, tão bruto como meigo. A esse respeito, sobre essa multiplicidade de comportamentos, contavam algumas inofensivas anedotas.
José Rodrigues Maio, filho do pescador António Rodrigues Maio e de Ana Rosa Margarida, nasceu na Rua dos Ferreiros, Póvoa de Varzim, a 8 de Outubro de 1817. Sessenta e sete anos mais tarde, a 13 de Novembro de 1884, pelas 10 horas da manhã, falecia serenamente rodeado pela família na sua casa, n.º 207, na Rua da Areia (hoje 31 de Janeiro), a cujo último troço (da Igreja da Lapa até ao limite sul do concelho) se chamava, na gíria popular, de Poça da Barca, por analogia com a área de Vila do Conde que se seguia.
A confusão com esse topónimo deu origem a muitas imprecisões sobre a naturalidade do heróico pescador poveiro, induzindo mesmo alguns etnógrafos e historiadores menos criteriosos a erros grosseiros.
Pescador sardinheiro, filho de pescadores, a viver em frente ao mar, observando e dialogando com ele o dia inteiro, José Rodrigues Maio, o “Tio Maio”, como era carinhosamente tratado na comunidade piscatória, conhecia-o como “a palma das suas mãos”. Um mar calmo e bonançoso e, ao mesmo tempo, perigoso e traiçoeiro para as frágeis embarcações de vela e remos que demandavam a praia da Póvoa.
Recordemos que no tempo do “Cego do Maio” não havia porto de abrigo nem embarcações salva-vidas. Tudo o que de trágico acontecesse no mar, o pescador só podia contar com a “Providência Divina” ou a solidariedade dos seus camaradas de classe. Barco em perigo estava entregue ao destino.
José Rodrigues Maio sabia isso. Testemunha de um sem-número de naufrágios, sentia a insegurança do homem do mar como ninguém. Profundamente humano, devoto fervoroso de Nossa Senhora da Assunção, confiando na sua destreza e destemor, ele era o primeiro a saltar para a água tentando salvar vidas em perigo. Para aquele pescador raçudo e possante, o salvamento era cumprimento de dever.
Quando via ou previa algum naufrágio, indiferente ao estado do mar ou do tempo, “Cego do Maio”, acompanhado dos seus filhos Manuel e Francisco, atirava a sua pequena catraia mar dentro, perante o olhar atónito dos seus camaradas e gritos de dor dos familiares. Salvar os náufragos era a sua “cegueira”. Uma aventura que mais nenhum da sua classe se atrevia já que o “mar cão” era prenúncio de morte certa.
Na sua pequena catraia, o tio Maio, arriscando a sua vida e de seus filhos (que sempre o acompanharam), salvou cerca de 100 vidas. Salvamentos só pelo prazer de ser útil, desprezando agradecimentos e honrarias.
Há quem diga que a alcunha “Cego do Maio” está ligada a esse desprezo pela vida, a essa cegueira de ajudar o próximo, atirando-se “às cegas” pelo mar dentro. Há quem defenda, porém, que José Rodrigues Maio teria uma belida num olho, as pálpebras de um olho um pouco descidas, daí a alcunha popular.
Os seus feitos, a quem ele respondia com um encolher de ombros, com uma humildade cativante, enchiam páginas das selectas das escolas (Livros de Leitura para a Instrução Primária), como dos jornais do Porto e de Lisboa.
Pela sua bravura, Pereira Azurar, presidente da Câmara e seu grande amigo pessoal, em 14 de Maio de 1881, nomeia-o patrão do primeiro salva-vidas poveiro. Foi a maior honraria que poderiam ter dado ao heróico homem do mar. [...]
A Câmara da Póvoa de Varzim, na sua sessão de 17 de Novembro de 1884, lançou um voto de pesar pela perda do “Cego do Maio”, chamando-lhe “o maior amigo desta terra, incontestavelmente um dos mais honrados e prestimosos dos seus filhos, não deixando substituto que possa atingir à sua gigantesca altura”.
Na altura a Câmara de Esposende associou-se ao luto da Póvoa “pela perda irreparável do Benemérito da humanidade”.
In: AZEVEDO, José de – Cego do Maio: a lenda viva do pescador poveiro. Agenda. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal. (Outubro 1996), p. 1-5.
História da Póvoa de Varzim


A História da Póvoa de Varzim é anterior à da fundação de Portugal e fruto de várias influências do sul e do norte da Europa, do Mediterrâneo ao Báltico. A cidade surge como uma villa romana denominada Villa Euracini cuja economia assentava numa fábrica de conservas de peixe. Na Idade Média, o topónimo Villa Euracini já tinha evoluído para Villa Veracin e tinha-se tornando num relevante porto pesqueiro, e por isso o seu controlo foi disputado por nobres, sediados num lugar da vila denominado Veracin dos Cavaleyros (Varzim dos Cavaleiros), levando a que D. Dinis passe uma carta de foral e ordene a criação de uma Póvoa em 1308. Algum tempo mais tarde, depois do controlo feudal e real, impõe-se sobre a urbe o domínio da igreja, através do Mosteiro de Santa Clara, ao contrário de outros municípios do reino teve o seu desenvolvimento dificultado, levando a um novo foral, em 1514 por D. Manuel I e só a partir daí é que a comunidade teve autonomia suficiente para poder prosperar, acabando por dominar cultural e demograficamente a região circundante. O século XVIII é visto como o século de ouro para o desenvolvimento urbano da Póvoa de Varzim. É neste século que a comunidade piscatória prospera, e inicia-se a tradição dos banhos de mar, levando a vila-cidade a tomar feição cosmopolita no século XIX, em plena Belle Epoque.
No entanto, as origens do povoamento são ancestrais. Antes do império Romano, a cultura castreja era a civilização dominante e a cidade irrompeu como deslocalização de uma cidade castreja denominada cividade de Terroso (século X a.C.- século I d.C) para a beira-mar que por sua vez foi também erigida pelos povos que habitavam à beira-mar. Este avanço e recuo dos habitantes no território foi bastante comum até ao final da Idade Média, devido a várias contendas históricas que sugiram de perigos vindos pelo mar, grande via de transporte antiga, que acabava por ser uma porta de assaltos à população, mas que era um factor de atractividade devido à sua maior riqueza natural e potencialidades comerciais.